segunda-feira, 18 de julho de 2005

J.P.


Um mocinho que fez ontem 7 anos! Uma beijoca de parabéns da "avó Magaída".

De “VEMOS, OUVIMOS E LEMOS”
publicado por Guida Alves às 4:52 PM 7 opiniões

COMENTÁRIOS
oasis dossonhos disse...
ganda magaída! Parabéns a ti tb
Seg Jul 18, 05:06:00 PM
Torquato da Luz disse...
Parabéns ao mocinho e à avó babada...
Seg Jul 18, 09:12:00 PM
rajodoas disse...
Parabéns à avô e ao neto pelo seu aniversário e que a Magaída o veja crescer saudável sem vícios e que setransforme num homem com "H" grande sãoos votos do Raul
Seg Jul 18, 10:04:00 PM
Anónimo disse...
Este não é sócio emérito da Aldraba? Aqui a gerir o entendimento da nova Aldeia da Luz? E parabéns é claro. João Tunes
Ter Jul 19, 12:36:00 AM
Guida Alves disse...
Queridos amigos todos: gostaria de esclarecer que o João Pedro é só um "neto" afectivo e não efectivo...;)Muito obrigada pelos vossos parabéns, que transmitirei ao aniversariante, assim como aos seus progenitores.
Ter Jul 19, 01:48:00 AM
Sonia F. disse...
Olha o João Pedro, o nosso companheiro no barco. :) Um beijinho para ele.
Ter Jul 19, 01:50:00 AM
mfc disse...
Parabéns aos dois... eles são a nossa vida eterna, Margarida.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Por acaso e ao acaso em Campo de Ourique











Nos velhos(íssimos!) tempos do IIL era frequente passar por lá, mais que não fosse para estudar em grupo no Canas, no Gigante ou na Tentadora. Outras incursões não eram necessárias nem havia muito tempo para elas.

Bastante mais tarde, e mais pelo prazer da descoberta que por dever de ofício, encontrei-me de novo com o bairro. Muito certinho, muito ortogonal, dir-se-ia pombalino, não fosse saber-se que em tempos do Marquês a cidade acabava muito aquém e que por lá se pastoreava gado entre bucólicos olivais.
A sua urbanização, como prolongamento da cidade que começava a transbordar, inicia-se no último quartel do séc. XIX, por iniciativa de Ressano Garcia, jovem engenheiro-chefe da Repartição Técnica da CML. Assim, o bairro apresenta ruas largas para a época, perspectivando logo a existência de canalizações, e permitindo igualmente, anos mais tarde, a circulação de carros eléctricos, a colocação de postes de electricidade e do telefone. O seu crescimento já no dealbar do séc. XX, trouxe-lhe a mais-valia de alguns edifícos "arte-nova" e "art-deco".

Veio a ser maioritariamente habitado por famílias oriundas da média burguesia, não enjeitando os anteriores habitantes das casinhas velhas e modestas, com os seus quitalinhos de mangericos e limoeiros. Tudo coube e soube conviver no novo subúrbio, criando hábitos, tradições, raizes, identidade.

Que hoje se mantém, quando alguém oriundo do sítio, diz com orgulho: "Sou de Campo d'Órique!"

De “VEMOS, OUVIMOS E LEMOS”
publicado por Guida Alves às 5:57 PM 2 opiniões

COMENTÁRIOS
oasis dossonhos disse...
Este post é mais um dos que sublinha a qualidade do blogue.As imagens poderiam ser reproduzidas em "A Aldraba", com um texto adequado ao facto daquele blogue ser de uma associação, reflectindo as preocupações da sua direcção e dos seus associados, por esta ou pela ordem inversa, tanto faz.É que o património mostrado, que o olhar atento revela, é tão belo que merece ser partilhado com quem procura notícias, objectivos, imagens...ao clicar no endereço da "Aldraba". Pode ser?BeijinhoLuís
Sex Jul 15, 09:28:00 PM
Anónimo disse...
Pois, que coincidência, também andei no IIL e também frequentei os mesmos cafés aqui referidos. Foi um acaso por lá não nos termos encontrado (se calhar encontrámos mas como nessa altura não havia blogues nem Aldraba...). Depois continuei a bater Campo de Ourique anos a fio porque a minha irmã (mãe substituta) morava na Rua Coelho da Rocha (pertinho da casa que foi habitada por Fernando Pessoa) até lá morrer, deixando-me uma dor funda associada a esse bairro... Obrigado por me ajudares, em boas imagens, a rever aquele bairro - um bairro que amei e onde sofri a minha maior perda. Beijo amigo. João Tunes
Sex Jul 15, 09:36:00 PM

Alentejo, Alentejo...


"Nunca vi um alentejano cantar sozinho com egoísmos de fonte. Quando sente voos na garganta desce ao caminho, da solidão do seu monte, e canta em coro com a família do vizinho..."
(José Gomes Ferreira)

De "VEMOS, OUVIMOS E LEMOS"
publicado por Guida Alves às 3:47 PM 0 opiniões

Nunca vi um alentejano cantar sozinho...


José Gomes Ferreira escreveu um dia o poema que começa com esta frase. Recomendo a leitura dos versos do Poeta e a lavagem da alma na imensidão dos horizontes que a paisagem alentejana oferece. Sábado passado pude fazê-lo. Mas não quero só para mim a paz e a beleza. Vão até lá, apesar do calor tórrido, procurem as pessoas, saibam mais sobre este país, mergulhem na realidade do interior, na imensa interioridade do sul.
(fotografia LFM)

De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 12:29 0 comentários

Al de Além, Alentejo, Alqueva




Estivemos lá todos, a encontrarmo-nos pela vez primeira ou a revermo-nos com a alegria de todos os começos. Porque levei a família, conheci família – uma cunhada-amiga, afinal tão próxima – e revi família.
Descuidada que sou, nem uma foto de parentes ficaria para ilustrar o feliz sucedimento, não fossem os mais avisados e tudo ficaria por assinalar. Mas esses fizeram-no e bem, de forma que a nossa demanda das águas e terras circundantes do grande lago ficou registada para a posteridade. Sem pompa nem circunstância, que não somos gente desses arrebiques.
Quase tudo o que teria que ser dito já o foi aqui, aqui, aqui e também aqui. Poupam-me a palavra escrita, dão-me o direito à libação póstuma de fraternos convívios, imaginando já os mais que hão-de vir.
Ainda me pergunto, dois dias passados: qual foi o maior calor sentido, o do sol ou o do fraterno companheirismo? Que responda quem, porventura, mais que eu os tenha sentido na pele ou na alma...

De "VEMOS, OUVIMOS E LEMOS"
publicado por Guida Alves às 2:00 AM 0 opiniões

segunda-feira, 4 de julho de 2005

A "Aldraba" em Alqueva


Interagimos com a população da Estrela, num convívio inesquecível, em que se partilhou a necessidade de se conhecer melhor o património, para ser estimado, pois só se preserva o que se conhece. A dúvida de um dos elementos, que perguntou "Aldra?" proporcionou essa intervenção.
Conhecemos várias realidades: a aldeia da Luz e o seu Museu, a aldeia da Estrela e a sua Comissão de Moradores, os passeios (turísticos?) da Gestalqueva numa barcaça imprópria, o convívio com autarcas locais, o sabor de uma gastronomia que não se distanciou da tradição, a beleza do cante que é a terra a cantar na boca dos alentejanos.
Os 50 participantes deste Encontro voltaram a casa com algum cansaço e desgaste provocado essencialmente por um calor tórrido que se fez sentir, sobretudo durante o passeio na barcaça, mas levaram na bagagem uma experiência fabulosa do contacto com o Alentejo profundo.
Caro leitor: seguem-se 8 posts sobre esta matéria.
(fotografia de LFM)

De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 18:04 0 comentários

O cante dos homens da Luz


Impressionou a actuação do Grupo Coral da Aldeia da Luz. Das suas gargantas desprendia-se um lamento que era a própria terra em queixume. Com a dignidade que pode ter um grupo de pessoas que passou pela experiência traumática de ver as raízes do sítio onde nasceu, o templo, as ruas de alegrias e tristezas, os recantos do namoro e da lágrima, os pastos, as sombras, os ecos de outros tempos, tudo ser tragado pela água salvadora de um povo sedento.
Belíssima a derradeira moda - o Almocreve. Memória de um tempo de trabalho e pão custoso.
Foi muito bom escutá-los.
(fotografia de LFM)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 17:54 0 comentários

O cante no feminino


Emocionaram, as mulheres que vieram entoar modas do sul profundo: Tenho no quintal um limoeiro, Promessas, Meu Alentejo querido...
A sua líder é uma alentejana que vive a poesia popular, com simplicidade e o destino de pertencer a este lado do mundo com uma energia envolvente. No final, homens e mulheres dançaram, entre a terra e o cante, iluminando o encontro com as suas vozes limpas.
(fotografia de LFM)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 17:32 0 comentários

O convívio no almoço


Aspecto do almoço na Associação dos Moradores da Estrela, vendo-se os convivas das duas mesas com bancos corridos, onde os associados e amigos da Aldraba confraternizaram.
(fotografia de LFM)
De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 17:20 0 comentários

A visita e o déjà vu


A visita ao Museu da Luz começou por volta das 11h 15m e durou para lá das 12h30m. São três salas que albergam dezenas de objectos, numa opção discutível e controversa. Déjà vu. Por exemplo: no Centro Cultural raiano, em Idanha a Nova. Esta crítica certamente não será partilhada por todos os visitantes do Encontro da "Aldraba", o que é salutar, pois na associação defendemos que as pessoas podem ter opiniões divergentes. Os visitantes assistiram ao vídeo, miraram os vestígios arqueológicos, atentaram na utensilagem das fainas campesinas, trocaram impressões, lembraram experiências. Cumpriu-se um dos objectivos: "ser um ponto de encontro e de comunicação para a preservação e divulgação do património popular" (Artº 2º dos Estatutos aprovados pela Assembleia Geral Constituinte de 25.4.2005)

(fotografia de LFM)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 16:56 0 comentários

Museu da Luz: Uma Opinião


Pode ter uma arquitectura soberba, pode mostrar objectos interessantes, mas onde estão as pessoas? Num vídeo realizado na aldeia antiga, que revela imagens belíssimas, recolhidas no barbeiro, numa procissão, durante a matança do porco?
O que há é um vazio, a sensação de estarmos num armazém de utensilagem de uma comunidade fantasma, da qual se apagou a energia vital, a essência.
Da Rita Maria, ou Rita Batata, que morreu há pouco nonagenária e que era viúva de um abegão, o que ficou? E do Poeta João Chilrito Farias, felizmente ainda vivo? Não há um verso dele sequer no catálogo...
Os iluminados que encomendaram este trabalho pensarão que a poesia de raíz tradiconal é uma arte menor? Os funcionários que recolheram os objectos tiveram consciência que o seu afã ia servir para um esquema de apagamento da respiração de uma comunidade, sob a capa da evocação?
Exceptuando o aspecto arquitectónico, existem no nosso país vários exemplos de recolhas etnográficas sobre o mundo rural, que se vão repetindo, como em Serpa, no edifício do antigo mercado ou no Centro Cultural raiano, só para lembrar dois casos.
No Museu da Luz, porém, falta a contextualização. É uma exibição de fantasmas.
Não deve ter sido por acaso que me contaram que um habitante tentou entregar no museu uma fotografia sua para juntar ao objecto que cedera para a exposição. O autarca local disse-me que as pessoas não se identificam com aquele espaço. É como se os objectos que acompanharam existências e por isso são biográficos, tivessem sido "desvitalizados"...
Em contrapartida, qualquer alentejano se identifica com "o primeiro carro" onde se sentou, ou "os cenários da infância" que aquele espaço recorda, com um poderoso efeito de estufa, devido à inexistência de ar condicionado, que pelos vistos não pode aliviar o calor tórrido suscitado pela concepção que integra paredes exteriores de vidro e várias clarabóias. Deve ser quentinho no Inverno... Será que se pretendeu fazer um Museu do Alentejo Rural, aproveitando simbolicamente a morte de uma aldeia de camponeses?
O processo de mudança da velha para a nova aldeia evidenciou o fosso entre a EDIA e os moradores. Morreram vários idosos, houve bastante contestação, revolta, sofrimento. A mediatização contribuiu para criar anticorpos. Como os há na opinião pública em relação a temas tão polémicos como a reforma da função pública e da despenalização do aborto.
Talvez aquilo que está à mostra seja resultado da população ter sido combativa e inconveniente para Suas Excelências, que lhes estavam a oferecer habitações novas, a bela geometria das casas iguaizinhas, com umas portas (quase) todas do mesmo modelo, sem aldraba e uma (única) oliveira tão altaneira e emblemática no meio da enorme praça. Que queriam mais? Árvores? Para quê?
Lembro-me do espaço antigo, menos novo é certo, mas havia aldrabas na portas, substituídas por maçanetas douradas, que me asseguraram consubstanciar uma das imposições daqueles "que sabem o que é bom para o povo"... E esse é apenas um dos pormenores mais ínfimos das várias coisas que conheci e daquilo que escutei nas conversas com as pessoas. A ausência da água das ribeiras, do coberto vegetal, dos "cômoros", diziam.
Ausência...
Porque do museu à própria aldeia, o que se sente é um deserto. Resultado do pensamento único do novo riquismo arrogante de uns senhores engravatados de Lisboa, "onde há muita gente boa/ Mas do campo não vê nada", para citar a moda "Promessas", que cantadores como os do Grupo "Amigos do Alentejo" e as mulheres do Torrão e de Moura têm divulgado. Ou seja, uma constituição europeia em microcosmos...onde a fraternidade é esmagada pela fossanguice estatal.
Fiquei estarrecido e à tarde, nos olhos do sr. Francisco Oliveira, presidente da Junta de freguesia da Luz, eu vi a mágoa.
A pata dos senhores feudais agora tem um novo ferrete. Adivinhem como se chama...

(fotografia LFM)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 15:27 1 comentários

COMENTÁRIOS
Barba Rija disse...
Dentro de pouco tempo vou à aldeia da luz, e aproveito a sua reflexão bastante negra para entender se é mesmo assim o que lá se passa.Mas acredito, e muito. As pessoas preferem não se chatear e dar uma esmola ao pobre que não conseguia subir as escadas (ao invés de ajudá-lo)...
É terrífico o que se testemunha aqui.
10 Outubro, 2005 18:48

Alentejo ou Magrebe?


Olha-se para esta imagem, onde o João procura nos horizontes desmedidos o espanto, e constata-se que, embora na Aldeia da Luz, com Alqueva aos pés, podia ser em Djerba ou Sidi Frej, na Tunísia.
Quem conhece o País Real, para lá dos periódicos e dos telejornais?
(Fotografia de LFM)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 13:02 0 comentários

Os mais jovens da "Aldraba"


Durante o almoço do Encontro em Alqueva, nas instalações da Comissão de Moradores da Estrela, que confeccionou um apetitoso ensopado de borrego, regado com vinho divinal, que teve azeitonas, queijo fresco, chourição e bom pão alentejano como aperitivos, e delicioso melão e melancia como sobremesa, o Jorge Rua de Carvalho e o João Pedro Rodrigues Duarte, que são os mais jovens activistas da "Aldraba" (quem não se lembra do João, no primeiro encontro, nas grutas do Escoural interpelando a guia?), posaram para a posteridade.

(Fotografia de Luís Filipe Maçarico)

De “’AGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 12:21 1 comentários

COMENTÁRIOS
paula silva disse...
Ai que pena eu tive de não poder ir ao passeio com os aldrabas todos... eram 50, comigo seríamos 51 e com o Paulo 52... Mas ainda bem que o blog do Luís nos vai dando notícias e críticas salutares sobre as paragens visitadas! Beijinhos
08 Julho, 2005 12:28

Aventura em Alqueva


A semana estivera amena, em termos de temperatura; porém, chegados ao passado sábado 2 de Julho, o calor intenso voltou, para as cinco dezenas de aventureiros da "Aldraba"passarem por um ritual de passagem sacrificial, face à tarde de brasas que os esperava, no passeio pela albufeira.
A embarcação que levou a maior parte dos passageiros do sonho, não obstante uma tripulação simpática, está obsoleta, move-se como as lesmas e o seu interior tem a qualidade de uma sauna de há 100 anos!
De onde terá vindo este barco tão típico? O Chaplin não terá desempenhado aqui um dos seus papéis no cinema mudo? E que tal transformá-lo em hotel de charme, com massagens tailandesas?
Depois de uma hora de esturricanço, chega-se ao forno que é o terreno em redor do paredão, sem uma esplanada, roulotte, qualquer apoio... Dizem-nos que devíamos ter começado ao contrário...Mas e porque é que não se pode fazer como fizémos: Estrela-Paredão-Estrela?
Como ali é o deserto, alguns minutos decorridos a solução só pode ser voltar, porque o paredão ainda está longe e o sol chicoteia, fere, agride,-tremendo, implacável! Estranha-se que não obstante tanta água, nas margens haja uma tamanha secura e que se constate in loco que o clima não se alterou, pelo menos nestes dias de Verão, ao contrário do que era assegurado pelos mesmos que proibem árvores na aldeia da Luz e concederam a benesse de podermos usufruir destas barcaças do Museu da Anedota.
O regresso prossegue então em bom ritmo de caracoleta com artrite reumatóide. E a chegada à aldeia da Estrela reveste-se da mística de um retorno heróico.
Mas a desforra é certa e o saldo largamente positivo: cante, amizade, conhecimento, partilha, petiscos! Despedidas emocionadas, a alma cheia de afecto, a energia restabelecida em torno dos valores humanos em que os alentejanos são Mestres!
Uma nota final para destacar que um dos heróis desta odisseia foi o nosso associado mais crescido, o Jorge Rua de Carvalho, que daqui a uns dias fará 86 anos...Este homem uma vez mais deu a muito jovem uma lição de sabedoria, compartindo com todos estas andanças, convivendo, ensinando a lição mais importante-saber viver!

(Fotografia de LFM)

De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 11:45 0 comentários

sexta-feira, 1 de julho de 2005

A Aldraba vai ao Alqueva



Amanhã dia 2 de Julho, cerca de 50 associados da "Aldraba-Associação do espaço e património popular", seus familiares e amigos dirigem-se à Aldeia da Luz para visitar o Museu da aldeia. Almoçam depois na Estrela, uma das aldeias da água, seguindo-se um passeio dentro da albufeira num dos barcos que mostram a belíssima toalha de água e as suas margens, voltando à Estrela para escutar dois grupos de cante, um de Mourão, outro de Moura, enquanto prossegue o convívio à volta de um petisco e do sabor da tradição.
Boa viagem a todos!

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 18:34 1 comentários

COMENTÁRIOS
C.S.A. disse...
Então, a experiência está a correr bem, Luís?Abraço.
04 Julho, 2005 05:34

Alqueva




Amanhã, bem cedinho... aí vamos nós!

De “VEMOS, OUVIMOS E LEMOS”
publicado por Guida Alves às 5:13 PM 3 opiniões

COMENTÁRIOS
oasis dossonhos disse...
Tu e mais quem?
Sex Jul 01, 06:18:00 PM
mfc disse...
Divirtam-se muito e um grande fim de semana.Um abraço.
Sex Jul 01, 06:42:00 PM
Sonia F. disse...
Eu, Luis! :)
Sex Jul 01, 07:06:00 PM

Tesouros de Montemor-o-Novo


“ (…) Muitas vezes me chamaram doido, por suporem frívolo o que a mim me parecia ouro (…) Ao menos esse prazer, e o de ser útil à minha pátria e à ciência, hão-de compensar de sobra as zombarias dos insensatos!”
Porto, Julho de 1882, J. Leite de Vasconcellos (1986) “Tradições Populares de Portugal”, 2ª edição, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, p. 36.
No passado sábado (dia 25 de Junho) tive o privilégio de acompanhar um numeroso grupo de pessoas (excelentes), pelas ruas de Montemor-o-Novo, em busca de tesouros, como aquele que a fotografia de Mário Sousa revela.
"Em várias zonas de Lisboa e Montemor-o-Novo encontrou-se uma considerável quantidade de esperas (base metálica contra a qual o martelo de porta, o batente ou a aldraba eram atirados energicamente para produzir o chamamento desejado) sem a componente que lhe dava sentido: aldraba ou o batente, arrancados ou roubados, para colecção, se a porta em madeira porventura não for substituída, o que só por si torna aqueles objectos obsoletos, caso a nova porta seja metálica… Então, é como se tivesse sido arrancada a língua a um pregoeiro, que quisesse anunciar a sorte, ou tivesse desaparecido a batuta que faz o xilofone florir numa melodiosa delícia."
"(...) do leão ao dragão, da serpente ao cão, os batentes antropomórficos configuravam uma espécie de publicidade eficaz, relativamente aos atributos económicos e sócio-culturais do proprietário. As ferragens inerentes à decoração das portas, nomeadamente espelhos de fechadura, ferrolhos e puxadores, exibiam genuínas obras de arte, a par de entradas mais modestas, com aldraba singela, em que o metal utilizado era diferenciado daquele que os palácios exibiam."
"(...) a porta é o começo de uma viagem, é o primeiro passo no sentido da entrada numa outra esfera, em que se passa do público para o privado, em que se partilha um território íntimo, espaço esse que convém estar bem defendido contra intrusos, mau-olhado e espíritos malignos. A sorte, a saúde e o bem-estar são propiciados pela mão protectora, esculpida no batente, para afastar os efeitos negativos de uma visita indesejada. Os guardiões simbólicos que alguns batentes integravam, salientariam estes propósitos supersticiosos.A porta é o começo de uma aventura, quando não se conhece quem está lá dentro, pois através dos seus sinais o dono da casa resiste à perturbação da paz. A porta é uma barreira que se esbate para o amigo e se fortalece contra o invasor. A aldraba é a sentinela."

(Excertos de artigo a publicar na revista "Almansor")

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 16:33 1 comentários

COMENTÁRIOS
J.C.Pereira disse...
Obrigado por me terem desperto para estas pequenas obras de arte que muito representam para quem chega e bate e para quem,ouvindo, abre a porta ou faz orelhas moucas.Quantos abraços e beijos se seguem a cada batida ou, quantos nãos são ouvidos, desalentadamente.No fundo são testemunhos de vidas vividas pelo menos a dois. Quem bate e quem responde.Seja qual for a resposta...Espero poder estar presente numa próxima aventura.Um abraço.
01 Julho, 2005 17:21